Desde sua estreia como diretor com "Fruitvale Station: A Última Parada” em 2013, Ryan Coogler vem cultivando uma sólida parceria com Michael B. Jordan. Os cinco filmes que dirigiu até hoje contam com o ator no elenco, incluindo os sucessos “Creed” e “Pantera Negra”. Em 2025, a dupla lançou mais um projeto em conjunto, o filme “Os Pecadores”, distribuído pela Warner Bros. Discovery.
A trama acompanha os irmãos gêmeos Smoke e Stack, que retornam à cidade natal para abrir um clube de música, mas acabam enfrentando forças sobrenaturais. Desde seu lançamento, o filme tem conquistado resultados expressivos, especialmente nos Estados Unidos. O longa registrou uma abertura de US$48 milhões em seu mercado doméstico, sofrendo uma queda de apenas 6% durante sua segunda semana; a menor variação de um título, independente do gênero, desde “Avatar” em 2009. Mundialmente, a produção já ultrapassou a marca de US$180 milhões.
No Brasil, o desempenho também tem sido positivo. “Os Pecadores” estreou na terceira posição nas bilheterias nacionais e subiu para o segundo lugar no fim de semana seguinte, demonstrando um interesse do público. Segundo dados da Parrot Analytics, o título ocupava a 11ª colocação entre os títulos mais demandados do país no dia de sua estreia, independente do formato ou tipo de lançamento. No decorrer de sua exibição, a produção conseguiu alcançar o topo do ranking durante os últimos dias de abril.
A métrica de demanda da Parrot Analytics engloba o consumo de buscas online e redes sociais, além do consumo em sites de vídeos e em plataformas open-streaming. Essa abordagem permite mapear a jornada completa de descoberta e engajamento de um conteúdo, mensurando sua popularidade dentro da economia da atenção. Além disso, é possível fazer comparativos entre mercados para entender a força de um título em diferentes regiões.
Entre os dias 17 e 27 de abril, período que corresponde a data de estreia até o segundo fim de semana em cartaz, o Brasil ocupava a sétima posição entre os países com a maior média de demanda, sendo o principal mercado latino da lista. Os Estados Unidos, o Reino Unido e a Austrália lideravam o ranking, registrando as maiores médias do filme no período.
O sucesso de “Os Pecadores” evidencia o potencial das histórias originais em um mercado acostumado com reboots, remakes, prequels e adaptações. No Brasil, apenas 20% dos 100 filmes de maior demanda lançados em 2024 eram narrativas inéditas, não derivadas de franquias ou propriedades intelectuais já conhecidas. E entender essa dinâmica é um desafio. Apesar de títulos originais como “A Substância” e “Rivais” terem conquistado uma sólida audiência que renderam memes, fantasias e um lugar cativo na cultura pop, os principais filmes de 2024 estavam atrelados a franquias ou IPs pré-existentes.
É uma equação complexa entender se a audiência está consumindo mais títulos de IP pré-existentes porque eles estão supostamente recebendo um maior investimento dos principais produtores de conteúdo, ou se é o inverso que ocorre, já que em uma indústria cada vez mais volátil, investir nesses tipos de história pode ser um caminho mais seguro para alcançar a um maior número de pessoas. De qualquer forma, o desempenho de “Os Pecadores” reforça que ainda há espaço, e apetite, para novas histórias no cinema.
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